Era, não era
Era, não era,
Andava lavrando,
Recebeu carta
Do seu tio Fernando.
Seu pai era morto,
Sua mãe por nascer.
Que havia o moço de
fazer?
Deitou os bois às
costas,
Pôs o arado a correr.
Quis saltar um
valado,
Saltou um arado.
Se não era cão,
Mordia-lhe um cajado.
Entrou numa horta,
Viu um pessegueiro
Carregado de maçãs,
Tirou-lhe avelãs.
Veio o dono dos
pepinos:
Ó ladrão dos meus
marmelos!
Atirou-lhe uma pedra.
Acertou-lhe num
artelho:
Escorreu-lhe o sangue
Até ao joelho.
Luísa Ducla Soares, Lenga Lengas
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Fernando Pessoa
http://cibelle.arteblog.com.br/317713/Ler-e-sonhar-pela-mao-de-outrem/
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